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O mercado do Agronegócio sempre foi e será um setor de extrema relevância para a economia Brasileira, ou melhor global. Segundo Rodrigo Menossi, Associate Partner em Page Executive, a divisão do PageGroup especializada em recrutamento da alta liderança das empresas: diretoria, C-level e conselho,
"Uma crise de proporções como a que estamos enfrentando, revela o quão essencial e crítico é esta atividade para nós como sociedade, que por conta de sua relevância e dificuldade de substituição, tem sido alvo de grandes estímulos e incentivos desde acadêmicos, privados, até governamentais, a fim de continuarem progredindo e ampliando suas fronteiras."
Todo este suporte tem contribuído para a grande virada do Agronegócio, ou como dizem Agro 4.0, que está apenas começando. Novas ferramentas tecnológicas, IoT, Big Data do Agro, pesquisas e estudos de desenvolvimento para novas funcionalidades em toda a cadeia, fazem parte de um grande movimento em direção a esta transformação. Segundo Radar Agtech 2019, estudo feito pela Embrapa em parceria com alguns fundos de investimentos, o Brasil já conta com mais de 1100 StartUps no setor, propondo as mais variadas soluções inovadores que impulsionam os negócios, divididos em três categorias - antes, durante e pós fazenda.
Este futuro já está acontecendo, seja em grande escala para os grandes players, ou apenas prospecção para o pequeno e médio empresário. Embora os maiores tenham maior poder de captação e alocação de recursos, eles não conseguem suprir toda a cadeia. Estudos divergem em seus números, mas há quem diz que o pequeno e médio produtor, é responsável por aproximadamente 50% de tudo o que é produzido no setor em território nacional, chegando a próximo de 10% do PIB.
Este grupo de pequenos e médios agricultores incluindo as Cooperativas, já entenderam que para continuarem no jogo terão de fazer mudanças, e algumas, de cunho estrutural. Por conta da sua essencialidade, este setor viveu por longas décadas executando e operacionalizando da mesma forma em sua grande maioria, não havia a necessidade de fazer diferente, mas esse modelo já está com os dias contados. Esse movimento se dá basicamente em função de três elementos chave, 1 – a chegada dos Fundos de Investimento, 2 – a necessidade de aporte tecnológico e 3 – carência de profissionalização juntamente com governança corporativa.
Segundo empresários do setor, existe muita “gordura deixado na mesa” em especial do pequeno e médio empresário, e isso tem atraído a atenção dos fundos de investimento, que com sua capacidade de recursos financeiros, gestão do negócio e mão de obra qualificada, estão cada vez mais atentos em bons negócios, para tornarem mais eficientes e garantirem um maior retorno financeiro ao médio / longo prazo.
De máquinas automatizadas e teleguiadas, individualização do gado para melhor tratamento durante a engorda, análise dos dados por imagem com recursos da Nasa e domesticação microbiológica, são apenas alguns dos temas ligados a tecnologia que prometem modificar de vez o setor. Segundo AgFunder Agri-FoodTech Investing Report, as empresas de agrifoodtech receberam investimentos na casa de 20 bilhões de dólares por ano em 2018 e 2019. Isso mostra a confiança que estão depositando na capacidade de solução de problemas em todo o ecossistema que essas empresas trazem. Será muito difícil permanecer e competir em igualdade com o mercado, sem o uso adequado da tecnologia a seu favor.
E terceiro, porém não menos importante, o capital intelectual. O setor precisará de pessoas qualificadas e conectadas com toda essa mudança. Gente com grande capacidade de execução e conhecimento, não necessariamente vindos do setor, mas que consiga transitar entre o corporativo tradicional com o velho e novo mundo do Agro, na busca da excelência por resultados.
"Para aqueles que enxergam no Agro seu próximo ou futuro passo de carreira, podem esperar um setor com grande exposição a desafios incluindo internacionais, alta profissionalização, com foco na expansão de suas fronteiras e em plena transformação", explica Rodrigo.
E para o empreendedor, esse movimento trata-se, de certa forma, da continuidade dos negócios, do risco de perda versus possibilidade de ganhos, de maior eficiência operacional, do momento da indústria e da competição por presença e Market share.
O Agronegócio Brasileiro tinha tudo para ter seu melhor ano em 2020, mas que por conta de uma crise Global, provavelmente terá de adiar um pouco, mas não muito, continuará sim crescendo com força e representatividade, cada vez mais conectado e capaz de produzir resultados excepcionais.