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Hospitais, unidades de saúde e centros de ciência estão tendo que lidar com muitas mudanças em seus modelos organizacionais por estarem no núcleo dos acontecimentos do covid-19. Liderando a crise na linha de frente, o mercado de saúde apresenta maior busca por profissionais assistenciais devido ao aumento do número de pessoas contaminadas com necessidade de assistência hospitalar. Além disso, é percebido um aumento nas contratações por conta da regularização e atualização dos procedimentos via ANS para a cadeia de serviços e desenvolvimento de novos produtos para as indústrias de saúde de modo geral.
Neste artigo, Ricardo Guerra, Gerente de Recrutamento para a divisão de Healthcare & Life Sciences da Michael Page, aponta as características do profissional de saúde demandado, os desafios para as organizações em 2021, além dos cargos e setores em alta.
Em um momento desafiador de crise sanitária, fica menos tolerante a baixa performance e aumenta a busca por profissionais com atitude e execução. “Fica evidente quem são os profissionais acomodados que estão se escondendo atrás de uma estrutura organizacional. Por isso, a demanda por profissionais protagonistas aumenta”, conta Ricardo. Organizações que sofreram redução ou passaram por reestruturação recentemente estão em busca de substituições certeiras.
Espera-se que o profissional de saúde voltado para o negócio, como Marketing, Comercial e Regulatórios, seja estratégico e tático, esteja voltado para a inserção de novos produtos e canais de venda, acompanhe as demandas que estão surgindo no curto e médio prazo, além de fazer uma profunda análise da concorrência e do mercado LATAM.
O profissional de saúde assistencial, como médicos, especialistas, geneticistas etc., devem estar familiarizados com o conceito de value-based healthcare para agregar mais valor aos produtos e serviços de saúde, sendo capazes de mensurar a experiência do paciente, conter custos e oferecer conveniência a ele em uma estrutura verticalizada onde se resolve toda a demanda no mesmo lugar: consulta, exame, diagnóstico e tratamento na hora.
O mercado de saúde tem buscado profissionais com foco no atendimento ao paciente para oferecer uma experiência melhor, mais rápida e vertical, ao mesmo tempo que sejam capazes de compreender as exigências para uma gestão eficiente da organização de saúde do ponto de vista do negócio, metas, orçamento e indicadores de resultado.
Cada qual em sua realidade, as organizações de saúde lidarão com os desafios impostos pelo covid-19 ao mesmo tempo em que batalham pela profissionalização do setor e pela consolidação de práticas, contornando a escassez de médicos. “As operadoras de saúde de todos os portes e segmentos buscam levantar a régua em processos, talentos e eficiência no fornecimento de seus serviços”, conta Ricardo.
Do ponto de vista dos desafios técnicos, as organizações de saúde buscam profissionais com foco em crescimento do negócio e regulação de produtos e serviços. Em relação aos desafios comportamentais, valorizam resiliência e protagonismo para atravessar um ano de perguntas ainda sem respostas: como será o impacto prático das ondas de vacinação, quando e como voltarão as cirurgias eletivas, qual o tamanho da demanda eletiva reprimida etc.
Para as grandes operadoras de saúde, a realidade de negócio é identificar potenciais parceiros para fusão e aquisição para o crescimento inorgânico somado à análise de mercado para crescimento orgânico. Para as operadoras pequenas, familiares e cooperativas, investe-se em profissionalização e eficiência da operação, processos, metodologias e estruturas.
Os cargos em alta no mercado da saúde, tanto assistenciais quanto para o negócio, são Enfermagem Assistencial (Hospitalar), Médico Assistencial (Hospitalar), Gerente de Assuntos Regulatórios e Gerente Comercial Medical Devices. Os serviços assistenciais mais demandados são laboratórios, hospitais e operadoras e redes de diagnóstico. Medical devices e cirurgias elétricas são os produtos em foco.
Diante da escassez de mão-de-obra especializada, o pacote de remuneração e benefícios se mantém competitivo e não é notada redução salarial mesmo nas substituições. “As organizações de saúde estão priorizando o melhor profissional, não o mais barato”, alerta Ricardo. Nesse sentido, o suporte no processo seletivo com profissionais de recrutamento e seleção especializados como os do PageGroup tem sido fundamental para as organizações de saúde encontrarem seus talentos.
*Esse artigo faz parte da série "Perspectivas para o mercado de trabalho em 2021”. Acesse os demais artigos.